sábado, 13 de dezembro de 2014

A ERA HIBORIANA - FÃ-CLUBE CONAN RS

Arte de Joe Jusko
O ano de 2014 marca os 30 anos que travei contato com o personagem Conan, O Bárbaro. Este contato mudou completamente minha vida e, se hoje você lê este artigo, devemos isso ao bárbaro cimério criado por Robert E. Howard.

Corria o ano de 1984. Nesta época não existiam os shopping centers e os cinemas eram espalhados pelos diversos bairros de Porto Alegre. Em minha cidade, Alvorada, o único cinema da cidade havia fechado suas portas. Para ver um filme tínhamos que ir até o centro de Porto Alegre ou no Cine Real que ficava na Zona Norte de Porto Alegre, cerca de 20 minutos de Alvorada.

Poster do filme
Conan, O Bárbaro (1982)
Certa vez (1984), estava combinando com alguns amigos de irmos no domingo à noite ao cinema. Um colega jornaleiro nos sugeriu assistir Conan, O Bárbaro (1982), o filme que abriria as portas de Hollywood para o ator Arnold Swarzenegger. Mas, em 1984 iriamos assistir um filme de 1982 e no cinema? Nesta época não havia computador, internet, download, blue-ray, DVD... Os aparelhos de VHS eram uma coisa de outro mundo (1ª Mundo), e nem locadoras de vídeo existiam. Para rever um filme era preciso esperar passar na TV. Mas alguns filmes tornaram-se cult e eram represados nos cinemas, em especial nos cinemas de bairro. Este foi o caso que proporcionou a mim, ver em 1984, o filme Conan, O Bárbaro, de 1982.

Quando começou o filme, mostrando o massacre de uma aldeia de bárbaros ao som de uma sinfonia profana, pensei comigo mesmo: o que é isso? Resultado: saí do cinema maravilhado com o filme que apresentava um universo único, algo que não era medieval, nem pré-histórico, mas que se assemelhava a ambos, misturando espada, magia, fantasia e um autêntico sentimento de vingança. Simplesmente fantástico!

Capa da Espada Selvagem de Conan 6
editada pela Editora Abril
No dia seguinte fui até a banca de revistas deste meu amigo jornaleiro para comentar do filme. Adivinhem o que ele tinha para me mostrar? Conan, o personagem principal do filme, em quadrinhos. Fui apresentado, então, aos quadrinhos de Conan a partir da revista “A Espada Selvagem de Conan” número 06. Imediatamente fui para casa para ler a revista e descobri que os quadrinhos eram tão fascinantes quanto o filme. Tornei-me, naquele momento, um fã colecionador dos quadrinhos de Conan.

Como disse, era o número 06 da revista, então fui ao centro de Porto Alegre encontrar um sebo (loja de revistas usadas), para comprar as edições anteriores, já que mensalmente iria comprar as novas revistas. Conan era publicado nos Estados Unidos pela Marvel e no Brasil pela editora Abril. Descobri que além de “A Espada Selvagem de Conan” que tinha o forma magazine com capa colorida e miolo preto e branco, a editora Abril publicava as HQ's coloridas de Conan em uma revista mix (várias histórias de personagens diferentes numa única publicação) chamada “Heróis da TV” e em outra, a “Superaventuras Marvel”. Busquei todas as revistas onde Conan aparecia e, como tinham outras histórias, com super-heróis da Marvel, acabei pegando o gosto por ler estes personagens e histórias em quadrinhos de forma geral.

Capas de Heróis da TV e Superaventuras Marvel da Editora Abril
Desta forma, me tornei um leitor/colecionador de gibis com uma coleção que hoje beira aos quase 5 mil exemplares, dos mais diferentes estilos de gêneros de quadrinhos e com absolutamente tudo que foi publicado de Conan no Brasil. Além disso, tenho uma história de produção de fanzines e histórias em quadrinhos através do meu fanzine “Tchê” e da Quadrante Sul Comics, ou seja, a partir daquele dia, 30 anos atrás, em que assisti ao filme Conan, O Bárbaro, minha vida mudou. Se hoje, faço quadrinhos, sou um grande colecionador e um dos maiores fãs de Conan no RS – tão fã que trago o personagem tatooado na pele – devo isso ao fato de ter assistido aquela reprise de Conan no cinema.

Denilson Reis, fã de Conan marcado na pele
Para comemorar estes 30 anos de minha vida ao lado da literatura de Conan, criei o fã-clube ConanRS “A Era Hiboriana”. O fã-clube vai manter uma página no facebook, além de procurarmos levar o mundo hiboriano de Conan aos eventos de cultura pop no RS a partir de 2015. POR CROM!


Texto: Denilson Rosa dos Reis

segunda-feira, 30 de junho de 2014

ENTREVISTA – JADER CORREA

Jader Correa (desenhista)

Jader Domingues Correa, 41 anos é natural de Cachoeira do Sul/RS. Desenhou parte do capítulo 1 do arco “Rumo a Pedras Negras” de Peryc, O Mercenário com roteiro de Gervásio Santana. Jader é o terceiro entrevistado para o espaço destinado às entrevistas aos artistas que colaboram com a revista.

Pintura para a capa de Peryc, O Mercenário 02
Peryc Blog – Quando surgiu a seu interesse pela leitura de gibis e o gosto pelas HQs?
Jader – Desde que me entendo por gente, antes mesmo de saber ler já tinha um gibi nas mãos. Quando tinha uns 4 anos meu pai me comprava um revista quase todo dia. É uma coisa atávica como se tivesse nascido lendo gibis.

Peryc Blog – Após ler gibis e tal, quando percebeu que gostaria de se aventurar na ideia de fazer HQs e desenhar?
Jader – Acho que é uma consequência de ler gibis ao mesmo tempo que se pega gosto pelo desenho. Mas a obra que me fez desejar ser um quadrinista foi O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller. Na época eu tinha 14 anos e mesmo não entendendo tudo, fiquei fascinado com a história.

Peryc Blog – Antes de participar da revista do Peryc, você também colaborou com o fanzine Tchê, e depois com a Quadrante Sul 04 e 05. Como foi sua participação nestas publicações?
Jader – Foi uma grande honra participar destas publicação que já são referência no cenário independente e fanzinístico aqui no sul.

Peryc Blog – Você já havia desenvolvido alguns trabalhos independentes antes de participar do Grupo Quadrante Sul. Poderia falar um pouco sobre eles? Algum fanzine?
Jader –No início dos anos 90 produzi com alguns amigos o “Zine Zona Franca” que durou 6 edições. Era um fanzine xerocado com textos datilografados e variadas Hqs, muitas de humor. Alguns anos mais tarde, com o Matias Streb e o Carlos Francisco, lançamos a revista em quadrinhos “Alexandria” que teve dois números publicados. Este foi o zine com o qual conquistamos o prêmio Oscar Kern de melhor fanzine.

Peryc Blog – Para você como foi colaborar com a revista Peryc, O Mercenário?
Jader – Foi muito legal. Já curtia o personagem de outras histórias que havia lido. Este ambiente pós-apocalíptico ambientado aqui no sul dá muito pano pra manga em termos de variedade de histórias.

Peryc Blog – Quais são os projetos que você está envolvido atualmente? Comente um pouco sobre ilustrações que você produz para cards de super-heróis.
Jader – Estou produzindo a série Fratura Exposta, escrita pelo Guilherme Smee, começarei a desenhar a história da Lady D, de Marcelo Tomazi para a revista Quadrante Sul. Fazer sketch cards é muito bom, pois você pode desenhar aqueles personagens de sua infância e brincar um pouco com eles.

Peryc Blog – Jader, obrigado pela participação no blog do Peryc.
Jader – Eu que agradeço. Vida longa e próspera ao Peryc!


página de Peryc, O Mercenário desenhada por Jader Correa

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ENTREVISTA – MATIAS STREB

Matias Streb (desenhista)
Matias da Silveira Streb, 27 anos é natural de Cachoeira do Sul/RS. Desenhou as primeiras páginas do arco “Rumo a Pedras Negras” de Peryc, O Mercenário com roteiro de Gervásio Santana. Matias da continuidade ao espaço destinado às entrevistas aos artistas que colaboram com a revista.

Peryc Estudos color
Peryc Blog – Quando surgiu a seu interesse pela leitura de gibis e o gosto pelas HQs?
Matias – Bem desde sempre. Já nem lembro direito, mas se não me engano comecei com Turma da Monica e Homem-Aranha Era muito pequeno, como desenho desde criança mesmo acho que uma coisa levou a outra.

Peryc Blog – Após ler gibis e tal, quando percebeu que gostaria de se aventurar na ideia de fazer HQs e desenhar?
Matias – Acho que foi meio que ao mesmo tempo, lembro que eu fazia revistas em quadrinhos do desenho que eu via na TV aos 6 anos por ai, que eram as tartarugas ninjas. Ainda tenho essas revistas que eu desenhava guardadas aqui.
 
Peryc Blog – Antes de participar da revista do Peryc, você também colaborou com outra revista do Grupo Quadrante Sul, a Quadrante Sul 04. Como foi sua participação nesta publicação?
Matias – Nossa costumo dizer que foi uma honra, por que a revista estava voltando a ser publicada depois de 20 anos, e me chamam pra fazer a capa. Fiquei muito feliz e me senti com uma grande responsabilidade, pois precisava fazer justiça aquela publicação.

Peryc Estudos p&b
Peryc Blog – Você já havia desenvolvido alguns trabalhos independentes antes de participar do Grupo Quadrante Sul. Poderia falar um pouco sobre eles? Algum fanzine?
Matias – Sim! Já havia publicado 2 números da revista Alexandria com os amigos Jader Correa e Carlos Francisco. A publicação era um mix de estilos e histórias diferentes que iam do realismo ao mangá. Foi uma grande alegria publica lá, pois podíamos brincar com varias técnicas de ilustração e narrativa.
 
Peryc Blog – Para você como foi colaborar com a revista Peryc, O Mercenário?
Matias – Foi muito importante para mim, apesar de ter feito uma parte pequena na HQ. Mas tive a alegria de poder produzir o selo comemorativo da Tchê Produções que é o atual selo da edição. Isto me enche de orgulho e o selo traz o Peryc em minha versão, sem falar que colaborar com amigos tão bacanas é de verdade uma honra.
Esboça da HQ "Rumo a Pedras Negras"
Peryc Blog – Quais são os projetos que você está envolvido atualmente? Comente um pouco sobre ilustrações que você produz para cards de super-heróis.
Matias – Atualmente estou produzindo cards para series de TVs americanas e de super heróis. Também, recentemente, terminei mais uma coleção para a Marvel. Tenho feito bastante commissions, atendendo pedidos de fã americanos em papel de cards que recebo especialmente para isso.

Peryc Blog – Matias, obrigado pela participação no blog do Peryc.
Matias – Eu que agradeço pelo convite! Para mim é importante este espaço. Contem sempre comigo amigos. Abração e obrigado.