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Arte de Joe Jusko |
O ano de 2014 marca os 30 anos que
travei contato com o personagem Conan, O Bárbaro. Este contato mudou
completamente minha vida e, se hoje você lê este artigo, devemos isso ao
bárbaro cimério criado por Robert E. Howard.
Corria o ano de 1984. Nesta época
não existiam os shopping centers e os cinemas eram espalhados pelos diversos
bairros de Porto Alegre. Em minha cidade, Alvorada, o único cinema da cidade
havia fechado suas portas. Para ver um filme tínhamos que ir até o centro de
Porto Alegre ou no Cine Real que ficava na Zona Norte de Porto Alegre, cerca de
20 minutos de Alvorada.
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Poster do filme Conan, O Bárbaro (1982) |
Certa vez (1984), estava
combinando com alguns amigos de irmos no domingo à noite ao cinema. Um colega
jornaleiro nos sugeriu assistir Conan, O Bárbaro (1982), o filme que abriria as
portas de Hollywood para o ator Arnold Swarzenegger. Mas, em 1984 iriamos
assistir um filme de 1982 e no cinema? Nesta época não havia computador,
internet, download, blue-ray, DVD... Os aparelhos de VHS eram uma coisa de
outro mundo (1ª Mundo), e nem locadoras de vídeo existiam. Para rever um filme
era preciso esperar passar na TV. Mas alguns filmes tornaram-se cult e eram
represados nos cinemas, em especial nos cinemas de bairro. Este foi o caso que
proporcionou a mim, ver em 1984, o filme Conan, O Bárbaro, de 1982.
Quando começou o filme, mostrando
o massacre de uma aldeia de bárbaros ao som de uma sinfonia profana, pensei
comigo mesmo: o que é isso? Resultado: saí do cinema maravilhado com o filme
que apresentava um universo único, algo que não era medieval, nem
pré-histórico, mas que se assemelhava a ambos, misturando espada, magia,
fantasia e um autêntico sentimento de vingança. Simplesmente fantástico!
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Capa da Espada Selvagem de Conan 6 editada pela Editora Abril |
No dia seguinte fui até a banca de
revistas deste meu amigo jornaleiro para comentar do filme. Adivinhem o que ele
tinha para me mostrar? Conan, o personagem principal do filme, em quadrinhos.
Fui apresentado, então, aos quadrinhos de Conan a partir da revista “A Espada
Selvagem de Conan” número 06. Imediatamente fui para casa para ler a revista e
descobri que os quadrinhos eram tão fascinantes quanto o filme. Tornei-me,
naquele momento, um fã colecionador dos quadrinhos de Conan.
Como disse, era o número 06 da
revista, então fui ao centro de Porto Alegre encontrar um sebo (loja de
revistas usadas), para comprar as edições anteriores, já que mensalmente iria
comprar as novas revistas. Conan era publicado nos Estados Unidos pela Marvel e
no Brasil pela editora Abril. Descobri que além de “A Espada Selvagem de Conan”
que tinha o forma magazine com capa colorida e miolo preto e branco, a editora
Abril publicava as HQ's coloridas de Conan em uma revista mix (várias histórias
de personagens diferentes numa única publicação) chamada “Heróis da TV” e em
outra, a “Superaventuras Marvel”. Busquei todas as revistas onde Conan aparecia
e, como tinham outras histórias, com super-heróis da Marvel, acabei pegando o
gosto por ler estes personagens e histórias em quadrinhos de forma geral.
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Capas de Heróis da TV e Superaventuras Marvel da Editora Abril |
Desta forma, me tornei um
leitor/colecionador de gibis com uma coleção que hoje beira aos quase 5 mil
exemplares, dos mais diferentes estilos de gêneros de quadrinhos e com
absolutamente tudo que foi publicado de Conan no Brasil. Além disso, tenho uma
história de produção de fanzines e histórias em quadrinhos através do meu
fanzine “Tchê” e da Quadrante Sul Comics, ou seja, a partir daquele dia, 30
anos atrás, em que assisti ao filme Conan, O Bárbaro, minha vida mudou. Se
hoje, faço quadrinhos, sou um grande colecionador e um dos maiores fãs de Conan
no RS – tão fã que trago o personagem tatooado na pele – devo isso ao fato de
ter assistido aquela reprise de Conan no cinema.
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Denilson Reis, fã de Conan marcado na pele |
Para comemorar estes 30 anos de
minha vida ao lado da literatura de Conan, criei o fã-clube ConanRS “A Era
Hiboriana”. O fã-clube vai manter uma página no facebook, além de procurarmos
levar o mundo hiboriano de Conan aos eventos de cultura pop no RS a partir de
2015. POR CROM!
Texto: Denilson Rosa dos Reis